O presente curso debruça-se sobre a revolução sexual que teve lugar na década de 1960 e que se enquadra na revolução cultural mais ampla desse período. Impulsionada pelos movimentos estudantis que, dos dois lados do Atlântico, interpelaram as gerações mais velhas com mensagens de libertação e igualdade, a revolução sexual alterou as relações entre os sexos, as dinâmicas familiares e o papel da mulher na sociedade. A pílula contracetiva permitiu que a ideia de igualdade entre os sexos se popularizasse e o resultado foi o de, ao longo das décadas seguintes, se ter avançado para fenómenos como a dessacralização do sexo, a expansão da cultura de engate e a pornificação das sociedades ocidentais. Estes aspetos têm sido agravados pelo impacto do digital e são hoje especialmente sentidos com a geração solteira, os problemas de fertilidade e a questão demográfica. Analisaremos, por fim, os movimentos de reação à revolução sexual, desde a resposta conservadora ao feminismo reacionário, passando pelo possível regresso do religioso.